sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

6º Episódio



Veja desde o primeiro episódio http://invernocontraste.blogspot.com/2008/12/1-episdio.html

"proteção"

Eu me aproximo cada vez mais. O tempo havia fechado e a lua não ilumina mais com o brilho habitual. Podia sentir a morte próxima de mim. Batidas na porta. “O que você quer?”. “O pequeno loiro está a salvo, você não”. Posso ouvi-lo trancar a porta por dentro. Naquela hora vejo a grande vantagem de viver num vilarejo sem autoridades. Arrombo a porta. Glorfinder entra primeiro refletindo a luz da única vela do cômodo.

Pés ligeiros. Braços e metal que já tiraram a vida de vários muçulmanos e mal-feitores, agora mutilam o corpo antes inteiro do padre. Saboreando a morte daquele pedófilo é que percebo o horror da cena. Em uma ponta do aposento, encontra-se o corpo de uma jovem menina, na outra ponta, a parte faltante. O pequeno rosto descansa sobre a mesinha. O corpo foi claramente abusado. Aquilo me causa asco.

Corto. Quebro. Distendo. O corpo do padre vai perdendo forma conforme minha raiva passa. Aquilo que já foi um corpo nojento que se aproveitava de crianças, agora é apenas um amontoado de carne e ossos irreconhecível. Os fantasmas do meu passado se foram. Minha alma está limpa. A minha volta à Escócia começa a fazer sentido.

Embrulho aquela pequenina cabeça numa toalha. Saio com ela para fora da casa. Coloco fogo na pequena cabana. Ela queima sozinha, atraindo a atenção dos moradores. Vou até a casa de Dália. Abro a porta sem aviso. “Dália, preciso contar uma coisa”. As palavras mal saem da minha boca e a mesma já está ocupada com outra coisa. “Depois você me conta, preciso de calor humano”.

Amor. Aquela volúpia me remete ao imaginário popular. A visão do humano de que o sexo é uma coisa apenas prazerosa, suja, me confunde. Como poderia algo tão sublime e leve alcançar tão baixos níveis de moral? Os movimentos se repetem até o fim da adrenalina. Novamente o cabelo dela faz cócegas no meu peito nu. Quando resolvo contar o objetivo principal da vista ouço agitação lá fora.

Batidas. Alguém tenta arrombar a porta. Dália foge pela saída secreta que leva à estalagem. Eu seguro firme o cabo da espada e apago as velas. Os sons indicam que a porta finalmente se abriu. Balanço minha espada de acordo com o que meus instintos treinados mandam. Meu tato diz que acertei alguém, provavelmente na costela. Continuo girando e atacando às cegas, até alguém me acertar.

Aquilo dói. Quando eles pensam em terminar o serviço, posso ouvir a ajuda chegando. O açougueiro arrastando seu porrete e seu machado, Linda atirando com sua besta. Esse apoio de última hora me protegeu não só fisicamente, como mentalmente. Agora tudo fazia sentido. Escócia, finalmente.


Um comentário:

  1. Qual é Ir.

    Se deve ter sofrido abuso quando era criança pelo padre né?

    rs... flw espero o proximo capítulo

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